Projeto do Observatório de discurso de ódio nas redes sociais é tema de palestra no último dia da 11ª Semana da Comunicação

Mariana Martin Siqueira*

No dia 29 de outubro a conversa da noite foi ministrada pelo professor Willian Pianco e pela advogada, mestre, doutora e professora Juliana Guillen. A convidada utilizou o espaço para contar um pouco mais sobre o projeto que surgiu no Programa de Mestrado em Direito da Sociedade da Informação da FMU que discute o discurso de ódio nas redes sociais.

Juliana começou sua fala explicando como as redes sociais trouxeram outros sentimentos para as pessoas e que nesse contexto, o papel da sociedade da informação seria a criação de um novo modelo social com base na informação que gera conhecimento, pautada em conceitos oriundos das Revoluções Francesa e Industrial.

A advogada utiliza o conceito de Sêneca para explicar que o ódio nasce da sensação do prejuízo, ou seja, se alguém tem ódio ela se sente prejudicada de alguma maneira, podendo gerar um ódio passional ou formal.

Além disso, define que o discurso de ódio como “todos aqueles discursos que são perpetrados contra pessoas ou grupos em razão da sua etnia, idade, cor, orientação sexual, do seu grau de escolaridade, condição física ou da inexistência de qualquer tipo de comprometimento físico, todo tipo de manifestação que leva em consideração para fins de exteriorizar o ódio”.

A convidada destaca que com a velocidade da informação e das redes sociais, um discurso de ódio acaba virando algo incendiário, pois ele fomenta cada vez mais ódio até isso viralizar. Ela acrescenta ainda que existem diversos tipos de disseminação como a instantânea, a sem reflexo, a partir do compartilhamento, a orgânica e também através das fake news.

Por fim explicou sobre a iniciativa da criação do observatório que tem o objetivo central de monitorar e buscar meios para prevenir e colaborar com a diminuição dos discursos de ódio, com apoio de docentes, estudantes, membros da sociedade civil e organizações civis para assim garantir as liberdades fundamentais.