Mesmo com mal tempo, segundo dia da Feira Preta atrai público interessado nas últimas tendências da cultura negra

A previsão é que no feriado o tempo melhore e o público alcance número record

Gabriele Sales [2]

A Feira Preta está na sua 17ª edição, e conta com diversas atrações artísticas e atividades, voltada para os expectadores, além dos estandes que vão de comidas típicas à cosméticos. No segundo dia (19) do evento, nem a chuva e o frio atrapalharam as atividades que ocorreram normalmente.

Maria Fernanda Lima, profª de zumba, participou pela primeira vez do evento e contou como foi a sua experiência: “Eu fiquei sabendo da feira através das redes sociais e amigos, mas nunca conseguir vir. Esse ano uma das idealizadoras perguntou de uma aluna minha, que é empreendedora, se ela não conhecia alguma professora de yoga para indicar, ela disse que não, mas que podia me indicar, eu sou a professora de zumba dela. Entraram em contato comigo e vim”, a música alta com batidas poderosas e a dança eletrizante chamou atenção dos visitantes, que aos poucos se reuniram e acompanharam Maria em cada passo.

O AfroLab veio de uma das iniciativas da feira, e é um curso que busca apoiar, estimular e promover o afro empreendedorismo no Brasil. Com os estandes na feira os empreendedores recebem maior visibilidade para o seu produto, além de ter um contato mais íntimo com o seu público. Luciana Lara, participa da feira há três anos e confecciona perucas sintéticas, orgânicas; teve a ideia em um momento em que estava desempregada. Luciana participou do Afrolab e descreve como a feira impulsiona o seu negócio: “Eu participei do Afrolab, é um curso muito rico, adquirimos várias experiências através dele. A Feira é ótima, muitas vezes eu nem vendo tanto na feira em si, mas os clientes ficam com o nosso contato e depois vão na loja. Eu vendo muito pro interior, mando pelo correio. Atualmente temos a loja online e a loja física que fica na Av Santa Catarina, próximo ao Jabaquara”, comenta.

Estande Lu by Lara, na Feira Preta

Todos os produtos na (roupas, acessórios, calçados, entre outros) feira tem significados especiais para seus idealizadores, além da realização do sonho do negócio próprio e as histórias que carregam consigo. Monique Santos, é proprietária da loja Mino Afroacessórios que tem esse nome em função da inspiração do exército Mino (“nossas mães”), mulheres treinadas militarmente para serem guardiãs do rei do Daomé. “A partir disso eu pensei em fazer a loja. Pra retratar não só as mulheres, mas nós quanto povo, preto que vem ao longo desses anos batalhando pelo nosso espaço, pelo nosso lugar, para conquistar as nossas coisas. Para nós o acessório passa dessa ideia de ser um adorno só de beleza, mas remete também a algo espiritual e o que eu sou dentro da sociedade”, explica. As peças são feitas manualmente e o cliente também pode encomendar peças exclusivas.

Monique Santos e seu sócio Adriano Oliveira no estande Mino Afroacessórios

Nesta terça-feira (20) é o último dia da Feira Preta que contará com apresentação especial da cantora Elza Soares, com abertura do balé da cidade de São Paulo. A feira começa ao meio dia e vai até as 22 horas.

 

[2] É aluna do sexto semestre do curso de jornalismo e monitora do NERA.