Antropóloga Sheila Walker realiza formação para professores sobre diáspora africana
No dia 02 de abril o Centro Universitário FMU FIAM FAAM recebeu a também cineasta e pesquisadora norte-americana no Campus Liberdade
Texto: Aline de Campos*
Fotos: Iuri Lima**
“Diáspora africana na formação de professores” foi o tema da atividade realizada pelo NERA (Núcleo de Estudos Étnicos-Raciais), no dia 02 de abril, no Campus Liberdade do Centro Universitário FMU FIAM FAAM. A atividade foi mais uma etapa do projeto “Construindo conhecimento sobre países africanos”, que tem como objetivo ampliar conhecimento acerca dos países africanos e seus desdobramentos na diáspora na América.
Sheila Walker é antropóloga, cineasta, professora universitária e tem dedicado sua vida à documentação da diáspora africana, como pesquisadora, escritora, produtora de filmes, documentarista e conferencista internacional. A formação de professores, com a presença de Sheila, atende um dos objetivos do NERA que é incentivar toda a comunidade acadêmica a construir uma visão positiva acerca das identidades e diversidades étnicos-raciais dos negros brasileiros e africanos.
Walker compartilhou com os professores as experiências vivenciadas com sua pesquisa e falou da importância de trazer a diáspora africana para ser debatida na Educação: “Para a educação é fundamental enxergarmos que os escravizados, pois o termo escravo traz uma passividade que não condiz com a situação imposta ao negro, não foram somente um corpo, somente força física, eles trouxeram tecnologia, ciência e conhecimento. Estas são coisas que não aprendemos”, destacou.
O documentário “Rostos familiares, lugares inesperados – uma diáspora africana global”, que fala sobre a vivência, costumes e manifestações culturais de descendentes africanos em diferentes lugares do mundo, sobretudo na América Latina, foi apresentado durante o evento.
Acerca dos aspectos culturais, a antropóloga lembrou que o Brasil é formado por forte influência africana e hoje afro-brasileira. Citou a Bahia como um lugar que emana essa cultura em sua comida, crença e danças. Para ela, não há como falar das Américas sem falar da diáspora africana e ressaltou: “Nós aprendemos que as Américas são uma criação europeia, o que não é verdade. A cultura brasileira conhecida no mundo inteiro é africana. Então se não conheceremos essas verdades de base não conhecemos as Américas e não conhecemos a nós mesmos”.
Na ocasião, também ocorreu o lançamento de seu livro traduzido pela primeira vez em português “Conhecimento desde dentro – os afro-sul-americanos falam de seus povos e suas histórias”, com direito à sessão de autógrafos ao final.
*Jornalista formada no Centro Universitário FMU-FIAM-FAAM
*Aluno do 6º semestre do curso de Publicidade e Propaganda e monitor do Núcleo de Estudos-Étnicos Raciais (NERA)